Porque a vida é assim... Quanto mais planejamos e mais pensamos ter tudo sob controle, basta um piscar de olhos para nos encontrarmos em uma situação inesperada, muitas vezes indesejada, e sem saber como reagir.
Minha temporada de 3 meses na ilha da Madeira chegou ao fim. Esta semana é a última que passo aqui... Uau, já faz três meses que estou aqui!! Quanta coisa vivi, quanto aprendi, quanto trabalhei, e quantos sentimentos que não conhecia, senti! Tive meu primeiro trabalho, meu primeiro salário, tive que me provar ser uma boa profissional, conquistar a confiança e ganhar o respeito de pessoas que nunca vi antes. Tive que engolir muitas palavras, aprender a ficar quieta quando não concordo, abaixar a cabeça e dizer "sim senhora". Obedeci ordens, também fui chefe. Ouvi muitas reclamações, histórias de empregados que trabalham nesse ramo há muito tempo antes de eu nascer! Conheci pessoas incríveis, inteligentes, sábias, respeitosas, experientes. Conheci um universo totalmente contrário, mas ao mesmo tempo tão parecido àquele que deixei em casa. Aprendi que quanto menos trabalho, pior (nunca pensei que diria isso!), e quanto mais responsabilidades e tarefas para fazer, mais interessante se torna o meu trabalho. Aprendi que apesar de tudo, sempre devemos ouvir a nós mesmos, essa voz dentro de nós que nos guia. E eu aprendi pelo caminho mais complicado que a melhor saída para os problemas é enfrentá-los. Passei a dar mais valor ao presente, ao agora, porque afinal isso é tudo o que temos. Tive medo de desapontar quem amo, medo de fazer escolhas erradas, mas aprendi que o pior erro é não fazer. Descobri o que me faz feliz, e tive a ganância de lutar por isso, pois não há riqueza maior do que a felicidade!
Quando olho para trás e vejo quem eu era quando vim, e quem eu sou agora, percebo que continuo sendo a mesma garota, com os mesmos sonhos, as mesmas crenças e os mesmos valores, porém me deparo com uma versão de um "eu" muito mais madura e segura daquilo que quero, e de quem sou. Então mesmo com todas as lágrimas (e põe lágrimas nisso!) derramadas, como pode isso tudo que vivi não ter valido a pena? Vou confessar que estou feliz de ir embora, mas não posso negar que da ilha da Madeira levarei comigo apenas tudo de bom que aprendi.